Os SAFs podem ser definidos de diversas formas. Uma das primeiras definições de sistema agroflorestal, de 1977, é a seguinte: “sistema de manejo sustentável da terra que busca aumentar a produção de forma geral, combinando culturas agrícolas com árvores e plantas da floresta e/ou animais simultânea ou sequencialmente, e aplica práticas de gestão que são compatíveis com os padrões culturais da população local”.

O Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (ICRAF) sugere outra definição: “Agrofloresta é um nome genérico para sistemas de uso da terra onde espécies lenhosas perenes como árvores, arbustos, palmeiras, bambus, etc., são deliberadamente utilizadas nas mesmas unidades de área com culturas agrícolas e/ou animais, num determinado arranjo espacial e temporal”.

Outra definição, ainda do ICRAF, é que SAFs são “sistemas baseados na dinâmica, na ecologia e na gestão dos recursos naturais que, por meio da integração de árvores na propriedade e na paisagem agrícola, diversificam e sustentam a produção com maiores benefícios sociais, econômicos e ambientais para todos aqueles quem usam o solo em diversas escalas”.

Há diversos tipos de SAFs, desde sistemas simplificados, com poucas espécies e baixa intensidade de manejo, até sistemas altamente complexos, com alta biodiversidade e alta intensidade de manejo, e entre esses, vários tipos intermediários.

Para cada um deles existem denominações distintas que variam de acordo com os principais produtos gerados em cada sistema. Alguns SAFs são voltados para a criação animal por meio da associação entre pastagens e árvores, denominados sistemas silvipastoris. Vale, no entanto, lembrar que a presença de animais domésticos como bovinos, caprinos, equinos, ovinos, bubalinos, suínos e galinhas em sistemas agroflorestais para fins de restauração de APP é bastante polêmica, uma vez que estes animais podem causar impactos negativos sobre a vegetação e o solo. Esses animais podem compactar o solo, especialmente se estiver bastante úmido. Podem também deixá-lo descoberto e revolvido, esgotar as plantas quando se alimentam indiscriminada e continuamente, principalmente das brotações novas, e quando roem as cascas das árvores (muito comum no caso de ovinos e caprinos). Ao mesmo tempo, reconhece-se a importância do componente animal para as estratégias de meios de vida e adaptação a mudanças climáticas dos agricultores familiares, principalmente na região semiárida, portanto, no contexto de recomposição de APPs e RLs, é preciso encontrar meios para conciliar a criação de animais com a recomposição da vegetação.

Quando há presença de espécies agrícolas e florestais simultânea ou sequencialmente à criação dos animais, os sistemas são denominados de sistemas agrossilvipastoris. Já sistemas agrossilviculturais se referem a consórcios em que culturas agrícolas anuais se associam a espécies florestais.

Os sistemas mais diversificados e similares aos ecossistemas florestais naturais do lugar são conhecidos por agroflorestas sucessionais ou biodiversas, caracterizadas por alta diversidade de

espécies e cujo manejo baseia-se na sucessão natural das espécies. Ernst Götsch e outros técnicos e agricultores que se inspiram no seu trabalho ao longo dos anos têm desenvolvido e disseminado esse tipo de sistema em diversos biomas do Brasil.

Os quintais agroflorestais são um tipo de SAF que associa árvores com espécies agrícolas e/ou animais, medicinais e outras de uso doméstico. Situados próximo às residências, estes sistemas normalmente são altamente produtivos e contribuem de maneira importante para a segurança alimentar e o bem estar da família.

Nossa principal referência é a definição de sistemas agroflorestais adotada na legislação brasileira: “sistemas de uso e ocupação do solo em que plantas lenhosas perenes são manejadas em associação com plantas herbáceas, arbustivas, arbóreas, culturas agrícolas, forrageiras em uma mesma unidade de manejo, de acordo com arranjo espacial e temporal, com diversidade de espécies nativas e interações entre estes componentes.”

Fonte: http://www.florestal.gov.br/documentos/publicacoes/2316-restauracao-ecologica/file

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