Araucariaceae é uma família de gimnospermas caracterizada por árvores de grande porte. Está representada por apenas uma espécie no Brasil, Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze popularmente denominada pinheiro--brasileiro, pinheiro-do-paraná, pinho ou, simplesmente, araucária. É dioica e seus indivíduos crescem até alturas entre 20 m e 40 m e atingem diâmetros entre 1 m e 2 m. Suas sementes são uma importante fonte alimentar para animais nativos e para os humanos. A dispersão das sementes pode ser barocórica, ornitocórica (principalmente Cyanocorax Boie spp.) ou mastozoocórica. Ocorre predominantemente na Floresta Ombrófila Mista e em Campos de Altitude da Região Sul do Brasil, formando um ecossistema próprio conhecido como Floresta com Araucária, um dos mais ameaçados do país. Estima-se que restem cerca de 2% a 13% da cobertura original dessa floresta no Brasil, e apenas cerca de 3% da área remanescente está protegida em unidades de conservação.

 

O auge da exploração ocorreu entre 1950 e 1970, quando a madeira da araucária figurou entre os principais itens das exportações brasileiras. Segundo dados do Ministério do Meio Ambiente (2005), estima-se que, entre 1930 e1990, foram derrubados cerca de 100 milhões de araucárias. Assim, a criação de novas unidades de conservação deve figurar como principal medida para a conservação da espécie e a proteção de sua área de ocorrência.

Araucaria angustifolia é uma espécie madeireira de grande valor comercial, que sofreu redução populacional muito severa ao longo do último século. Esse período é inferior ao tempo de geração da espécie, que varia de 120 a 166 anos. As estimativas sobre o desmatamento das Florestas com Araucária oscilam consideravelmente, mas todas apontam uma redução superior a 80%. Observações diretas, dados de estrutura populacional e níveis tanto atuais quanto potenciais de exploração corroboram tal declínio no número de indivíduos maduros. Hoje, a espécie ainda sofre com a exploração madeireira, apesar de ser protegida por lei, e é ameaçada pela construção de usinas hidrelétricas na Região Sul, o que vem causando o desaparecimento de importantes remanescentes de Floresta com Araucária. Ademais, vários fragmentos são bastante impactados pela presença de animais exóticos, como javalis e gado bovino. Todos esses fatores permitem suspeitar que a espécie tenha sofrido uma redução populacional de pelo menos 80%. Considerando esse percentual, a araucária seria enquadrada como “Criticamente em perigo” (CR). Entretanto, por estar representada em várias unidades de conservação de proteção integral, por ser uma espécie com alto potencial de cultivo e também colonizadora de áreas abertas, A. angustifolia foi considerada “Em perigo” (EN).

Fonte: Martinelli, G., & Moraes, M. A. (2013). Livro vermelho da flora do Brasil.

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